sábado, 24 de março de 2012

Imaginarium Político I - Entrevistas com pré candidatoss



Professor Orávio de Campos Soares. Pré Candidato a prefeito de Campos, fala ao nosso desacreditado e sensacionalista blog, sobre a possibilidade, se eleito, mudar os cantos gregorianos
impostos pelos poderosos do passado, para os tambores e batidas de pés no solo vermelho de nossa baixada.
Eparrê meu pai!
Que com a permissão de Santo Onofre, as bençãos de Iracema, e a proteção dos nossos orixás, quem ta solto que se amarre, os laços que te prendiam se soltaram. A doce luz que ti ilumine e que as águas do rio te lavem. que saia de ti todo mal feito e escondido sobre a pedra e por debaixo dela, nas matas e cachoeiras, teje livre para caminhar.
Seja bem vindo meu filho a nossa cadeira de pergunta.
Hum hum, oxi! seja luz.


O Sr recebeu um convite para ser prefeito de Campos, nas próximas eleições. Como o Senhor espera contribuir para o município?

Orávio - O problema não está no que posso contribuir. Isso eu tenho feito ao longo de minha vida sem ocupar cargos políticos. No fundo há uma incompatibilidade entre o meu ser social e as diferentes esferas do poder. Não me sentiria bem diante de um quadro no qual não acredito. Governo ainda gera desconfiança na comunidade. Há a idéia de que as pessoas entram no poder para levarem vantagens. E, depois, sou, ainda, do tipo: “Se há governo sou contra”.

Militante e fundador do PDT no município, o senhor foi um dos responsáveis na criação desse “Novos Artistas”do cenário político na região. Como o senhor avalia a nossa política local?

Orávio - Anthony era uma boa liderança e o movimento, em termos políticos, foi a melhor coisa que aconteceu na cidade nos últimos 20 anos. Até porque partiu do romantismo dos artistas de teatro. O problema é que os objetivos, depois da derrota dos coronéis, passaram a ser outros. A liderança construída em torno da ANFAI e da FAMAC acabou olhando outros horizontes políticos. De prefeito Anthony quis o governo do Estado. Só que escolheu mal os seus sucessores. Deveria ter escolhido Fernando Leite e optou por Sérgio Mendes. Isso foi um desastre político e, a partir daí, velhos companheiros de luta começaram a brigar entre si. Depois, outro engano. Anthony entrega o poder nas mãos de Arnaldo Viana, um antigo prócer do PFL, gente de direita. Hoje, do lugar onde me encontro, avalio que a classe média intelectual que fez a revolução política em Campos, por incompetência e falta de visão do futuro, voltou às mãos dos coronéis. Quer dizer: Anthony, no fundo, criou sarnas para se coçar. Acredito que ele deve ter feito sua reflexão para avaliar a própria culpa. Mas só quem vai poder julga-lo é a própria história. Quanto ao PDT, por ser brizolista, ajudei a fundar o partido em Campos e, mesmo não concordando com muitas coisas, nunca mudei de posição. Com isso homenageio Brizola, uma das maiores capacidades políticas da história do Brasil.

O Senhor acredita na mudança desse cenário político?

Orávio - Penso que sim. Embora exista um rebanho de tolos, como nos explica Chomsky ao falar sobre a recepção da mensagem, podemos imaginar que muitas pessoas de bom gosto lêem as boas reportagens interpretando o trabalho a ser feito na renovação de pensamentos.

O atual governo, prega uma linha de conduta moral, baseada nos conceitos evangélicos, como o senhor analisa essa postura?

Orávio - Penso que não sou muito religioso, não. A religião dos povos de descendências africana me interessa como objeto de pesquisa. Mas, mesmo que não queira, os orixás sabem do trabalho que realizo em função da preservação dessas culturas. Mas, quando estive na Bahia, ao visitar o templo dos Filhos de Gandhi, fui recepcionado religiosamente pelos seus babalorixás. Compreendi que ao nível transcendente as entidades me olham com certo respeito e me admiram pelo que realizo.

Mas isso influi na cultura?

Orávio - Acho um absurdo uma entidade como a Zumbi dos Palmares ser comandada por grupos neopentecostais de natureza fundamentalista. Fundada por inspiração de Vovó Teresa, a instituição, com 10 anos de existência, não tem muito que comemorar. Deveria, pelo menos cumprir os estatutos, nos quais constam possibilidades de se restaurar as instâncias políticas, sociais e culturais dos afrodescendentes, nos quais se inclui a sagrada religiosidade dos orixás. Essa forma de colonialismo é insuportável na contemporaneidade. A falta de visão das pessoas é muito pior, ainda. Os pastores satanizam os signos da religiosidade africana e não acredito que possam ter boas intenções ao ocupar um cargo politicamente estratégico. Mas a culpa é do prefeito, o mesmo que, para marcar um ato político, mandar destruir o índio da Estrada do Contorno. Infelizmente, não existe nenhum movimento de preservação dessas culturas. Pelo menos assumindo posições. Muitos aplaudiram o que escrevi, mas no silêncio indevassável de cada um.

Então Campos terá um prefeito  jornalista como interlocutor de várias etnias e culturas, isso facilita a comunicação com a população da periferia?

Orávio - A formação do jornalista é muito boa. Não só pelas questões conceituais sobre o verdadeiro papel da comunicação, mas, também, pela possibilidade de fazer com que o povo se sinta responsável pela transformação da sociedade e pela construção dos novos tempos que o futuro nos reserva. Nosso olhar é crítico e não poderia ser diferente considerando que é de nossa missão formar cidadãos que sejam muito mais críticos e comprometidos com as coisas novas. Acho que vale a pena ser jornalista, sim. É uma grande profissão. Tanto que, por pior que ela possa ser, nenhuma democracia pode prescindir de tê-la como salvaguarda da liberdade de expressão. Até mesmo para se expressar de uma forma ideologicamente incorreta. Pior é uma sociedade sem o jornalismo...

E o partido?

Orávio - Isso continuará no imaginário do blog Dihumor, que com exclusividade lança a minha candidatura ao pleito de 2012, em breve os leitores iram saber.

Nem uma dica?

Orávio -  ( risos)  em breve, muito em breve...




Ps: o imaginárium coletivo, em seus devaneios noturnos, buscaram ajudas nos relatos URGENTE e nas seções entre tambores, cantos e garapas, a data de quarta-feira, 9 de abril de 2008.

Um comentário:

Marcos Cintra disse...

Deputado Roberto Henriques envia carta a Rosinha pedindo liberação de licenças das antenas da Vivo para Santo Eduardo, Santa Maria, Espírito Santinho e adjacências:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

GABINETE DO DEPUTADO ROBERTO HENRIQUES

Ofício n° 045/12 Rio de Janeiro. 27 de março de 2012.

Senhora Prefeita,

A Telefonia Móvel é uma bandeira de lutas que as comunidades de Santo Eduardo, Santa Maria, Espírito Santinho e adjacências busca há bastante tempo. Por dever de ofício, na função de Deputado Estadual procurei apoiá-los e estar presente em audiência com a Comissão de Moradores na EMBRATEL e estive presente em duas reuniões com dirigentes e técnicos da Empresa VIVO.

Recentemente, no dia 29 de fevereiro, próximo passado, técnicos da Empresa VIVO estiveram realizando os estudos necessários para a implantação e funcionamento do serviço telefônico pleiteado pela população das comunidades acima citadas.

Ressaltando que após esta visita técnica a Prefeitura Municipal de Campos precisará emitir as licenças para as instalações de antenas. Venho solicitar que V. Exa. determine à sua assessoria, especial atenção ao caso, bem como seu esforço pessoal junto aos dirigentes da Empresa VIVO para que no prazo mais rápido possível esta luta comunitária do povo de Santa Maria. Santo Eduardo, Espírito Santinho e adjacências tenha pleno êxito.

Certo de que V. Exa. está também nesta luta, desde já agradeço-lhe.

Atenciosamente,

Dep. Estadual Roberto Henriques.


Deputado Roberto Henriques disse...

Resposta ao Sr. Carlos Jardim e outros semeadores de discórdia

Sempre tratei a luta de Santa Maria, Santo Eduardo e Espírito Santinho como uma luta comunitária e de Espírito Público. Nunca me coloquei de forma individual como “PAI” exclusivo. Valorizei sempre em minhas declarações na Tribuna da Assembleia Legislativa e na Imprensa a participação da Comunidade como a maior liderança dessa luta.

Quem observar o Ofício que remeti à Prefeita Rosinha Garotinho (minha adversária politica, não minha inimiga) vai verificar que ao final do mesmo ressalto: “certo de que Ex.ª está também nesta luta desde já lhe agradeço...” Considero, portanto, que essa luta pertence a todos indistintamente. Por isso, é fácil concluir que o Sr. Carlos Jardim e mais uns poucos, estão dentro de uma proposta bem diferente do que espera verdadeiramente a nossa população, ou seja, estão preocupados em espalhar a desunião. Estão a serviço de quem??? Da população de Santo Eduardo, Santa Maria, Espírito Santinho e região têm certeza que não estão.

Que ninguém aja sozinho ou com interesse pessoal no caso da Telefonia Celular. Venha Carlos Jardim para a luta de forma unida e responsável, pois essa luta é de todos. O importante é o problema ser resolvido.

Forte Abraço Deputado Roberto Henriques

Blog do L. Werneck às Terça-feira, Março 27, 2012