segunda-feira, 7 de junho de 2010

Dia de Sol.


Acordos e acórdãos são pleiteados e planejados.

Não se rasga o passado pelo simples fato do “passou”.

É fácil, a tarefa de oposição dissimuladamente verdadeira, pois só mostra os erros que lhe convém.
É fácil vestir o vermelho dos comunistas, se dizerem ativista e se achar socialista.

É fácil empunhar bandeira, fazer baderna e pintar a cara.

Difícil é assumir a culpa de ter ido ao estrangeiro com meu dinheiro sofrido e trazer escondido o presente do prefeito querido.

Difícil é olhar na cara de quem te conhece e saber que a sua história é sabida, sua carne é fedida do povo que você matou.

Matou sim

Matou, quando faltou penicilina no SANDU, PU ou na casa do cacete.

E você, fez o que?

Tomou sorvete e leu Jean-Jacques Rousseau, só para se parecer culto.

Eu fiz guerrilha de arma em punho, troquei tiro com o poder, pela liberdade de meus ideais.

E você? Fez o que?

Você que saiu pela surdina, fugiu pela porta dos fundos quando a polícia chegou?

Você que escondeu contratos e junto com os seus rasgou os retratos da moralidade? e na dignidade dos ratos. Evaporou no tempo e no espaço?

Cadê sua valentia? De gritar “Covardia”, quando seu aliado foi destronado.

Cadê?

Enfie sua viola no saco e vá gritar palavras de órdem para a puta que te pariu

Já disse, sou filho da ditadura, um romance entre quem batia e quem apanhava.

Não sei se fruto de um amor verdadeiro entre a chibata e o grito ou sorte de não ser índice de morte num aborto não acontecido.

Tenho no sangue o gosto do ódio, de ser filho da alma lavada na busca de liberdade

Trago no peito o verde e o amarelo dessa nação desigual

Sou filho da puta, não fujo da luta nem desvio o olhar.

Defendo meu povo seja ele: Branco, Índio, Amarelo, Preto ou pardo.

Sei fazer rir, também sei fazer chorar.

A Hora é de Luta?

Então...

Como vai ser?